Eu Penso Muito Nisso — A versão de “The Unforgiven”, por Cléo Brandão e Dr. Sin

Esta é uma cópia descarada de uma das minhas seções favoritas do The Cut, I Think About This a Lot.

Bia Bonduki
3 min readAug 8, 2019

O final dos anos 1990 me proporcionou um grande arquivo de memórias esquisitas. Nesse arquivo, residem coisas como o Latininho, o Sushi Erótico do Faustão, a dupla ET e Rodolfo, o programa Fantasia, a amarelada do Ronaldo, as Ronaldinhas, entre outros. E, como pessoa que consumia muito a mídia “rádio”, é claro que não passei incólume pelas micagens criadas nesse meio. Entre elas, está o resultado da união de personagens noventistas: a versão brasileira de “The Unforgiven”, do Metallica — obra, esta, criada pela apresentadora Cléo Brandão, a banda Dr. Sin e um tal “Pastore da 89”, a Rádio Rock.

Infelizmente, devo logo avisar, não existe um registro dessa maravilha, nem em áudio, nem em vídeo. A internet já foi melhor. Tudo o que consegui encontrar relacionado ao tema, para comprovar que minha memória não me prega peças, são os prints abaixo:

Questionamento feito por um metaleiro tarado num fórum de jiu-jitsu
Pergunta enviada ao Bate-Papo do Uol, em 1999, e a resposta
Entrevista do Dr. Sin para a Whiplash

Mas quem eram e o que significavam naquela época os autores desse cover tão… desnecessário?

Cléo Brandão foi apresentadora do programa Esporte Total, da Band, seguido por uma série de programas do mesmo assunto, e por algum tempo jogou no time feminino do SPFC. Como toda mulher bonita e de reconhecimento que viveu a década de 1990, ela posou para a Playboy, sim. Na Wikipedia, descobri que foi casada e tem um filho com Junno Andrade, que hoje é namorado da Xuxa.

Dr. Sin é uma banda que eu confundo com Viper, mas não confundo com Angra. Não que eu entenda alguma coisa de metal brasileiro. Minha memória mais viva deles era o clipe de “Emotional Catastrophe”, um vídeo com uma estética parecida com a da banda Extreme, que passava diariamente no programa TVZ, do Multishow.

Por ser um projeto de um executivo da 89 FM, o tal Pastore (não achei nada sobre ele), é claro que a canção tocava na rádio pelo menos uma vez por período. E não é que era uma versão ruim: banda é tecnicamente boa, a voz da Cléo é legal, o que não fazia era sentido. Ainda mais tocando tantas vezes por dia. Porém, precisamos lembrar que nos anos 90 era legal misturar mulher, futebol e rock n’ roll.

Inclusive, o Dr. Sin fez uma música sobre isso:

Em 2019 essa banda estaria cancelada.

Eu não quero entrar em detalhes sobre “Futebol, Mulher e Rock n’ Roll”, a música, no caso, além de falar que Alice in Chains ligou reclamando. E que Mariana Ximenes realmente estava em todo lugar nessa época.

Enfim, eu penso muito nessa versão. Às vezes, mais do que na versão original da música. É como se a voz do James Hetfield fosse perdendo a força e, no lugar, entrasse uma voz manhosa, so I dub thee unforgiiiiveeeeeennnnn.

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